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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Endometriose

Olá amigas e amigos,
o assunto hoje é muito sério : ENDOMETRIOSE.
Você mulher e Amigo, Namorado e Marido, fiquem atentos sobre diagnóstico que afeta mais de 6 MILHÕES de Brasileiras, na maioria delas os sintomas aparecem na adolescência e se não tratadas pode causar sérios problemas a saúde e a fertilidade da mulher.

Fazendo pesquisas para não falar asneira sobre o assunto, encontrei o SITE do Dr. Eduardo Schor que fala de ponta a ponta sobre o tema.


Endometriose(Fonte de pesquisa)

O QUE É?

Endometriose é uma doença caracterizada pela presença de endométrio fora do útero. O endométrio é a camada que reveste internamente a cavidade uterina e é renovado mensalmente por meio da descamação durante o fluxo menstrual. Em algumas situações este tecido volta pelas trompas, alcança a cavidade pélvica e abdominal, gerando a endometriose. Pode acometer também, os ovários, as tubas e outros órgãos como o intestino e a bexiga. As células do endométrio, na pelve, vão funcionar de forma semelhante as que estão revestindo o útero, isso quer dizer que elas vão "menstruar" também e, é essa menstruação no lugar errado que é responsável por grande parte dos sintomas da doença.


CAUSAS

As causas da endometriose, apesar dos inúmeros estudos, ainda são pouco conhecidas, podemos dividir as explicações em duas categorias que vamos chamar de primeiras teorias e aspectos atuais.



Primeiras Teorias


As primeiras explicações sobre o porquê do aparecimento da endometriose foram dadas por dois médicos, Cullen e Meyer, que no final do século XIX propuseram que as células do peritônio ( membrana que reveste a pelve e a maioria dos órgãos) poderiam sofrer uma transformação em células endometriais. Esta teoria jamais foi comprovada, porém, foi utilizada para explicar o aparecimento da doença em mulheres que não menstruavam.










Em 1925 surgiu a primeira teoria que foi cientificamente provada. Coube a Sampsom descrever o fenômeno da menstruação retrógrada. Este autor observou que, durante a menstruação, células do endométrio 9 camada que reveste a cavidade do útero) voltavam através das tubas e caiam dentro da pelve. A partir daí Sampsom propôs que a causa da endometriose seria o refluxo do tecido endometrial através das tubas durante o fluxo menstrual. Esta teoria foi usada durante quase a totalidade do século passado para explicar a doença. Entretanto, na década de 80 do século passado, descobriu-se que 90% de todas as mulheres têm menstruação retrógrada, e obviamente a endometriose não acomete 90% das mulheres.Este dado fez com que o refluxo de células endometriais durante a menstruação não mais bastasse para explicar a gênese da doença. A pergunta que surgiu foi o porquê de algumas mulheres com menstruação retrógrada desenvolverem a doença e outras, não!?Surgiram então as teorias atuais.


Teorias atuais


Uma das possíveis explicações é conhecida como teoria imunológica. As células que voltam através das tubas e caem na pelve deveriam ser reconhecidas pelo sistema imunológico como não própria àquela local, depois desta identificação este mesmo sistema teria o dever de destruir estas células. Talvez em mulheres que desenvolvem a doença alguma falha nos mecanismos de defesa possa acontecer e permitir que as células regurgitadas se implantem e dêem início a doença.


Outra hipótese é a que diz que o endométrio tópico, aquele que reveste o útero, possuiria algumas alterações que facilitariam que estas células, ao atingir a cavidade pélvica virem endometriose. Inúmeras alterações já foram encontradas quando comparamos o endométrio de mulheres com endometriose com o das sem a doença.


Em um futuro próximo provavelmente as duas teorias vão se juntar e explicar de forma conjunta o porquê do aparecimento da endometriose em apenas uma parcela das mulheres com menstruação retrógrada.


Ai surge a pergunta: o que acontece com estas mulheres que de repente desenvolvem uma alteração imunológica e outra na camada que reveste o útero?


Alguns trabalhos têm investigado o papel de alguns poluentes ambientais, principalmente um conhecido como dioxina, na gênese da endometriose. A dioxina é um poluente universal derivado da combustão de plásticos, borrachas, fabricação de produtos químicos e solventes dentre outras fontes.Diversos estudos mostraram que a exposição a este poluente pode levar a alterações no sistema imunológico e também no endométrio. Seria a dioxina responsável por todas as alterações que levam a endometriose. Ai vem a mesma pergunta que fizemos acima com relação a menstruação retrógrada: se todas as mulheres estão expostas a este poluente, por que só algumas desenvolvem a endometriose?!


Mais uma alteração entra em jogo para tentar explicar este fenômeno. A de que alterações genéticas, chamadas de polimorfismos, fariam com que a dioxina não fosse corretamente eliminada do corpo e como conseqüência ela começaria a atuar, levando aos distúrbios já mencionados. Apesar dos inúmeros estudos realizados na última década a causa da endometriose ainda permanece obscura. Quanto mais peças deste enorme quebra-cabeças forem juntadas e conhecermos melhor o porquê da doença seremos capazes de diagnosticar e tratar de forma mais adequada as mulheres com a doença.


TIPOS



A endometriose pode se apresentar de algumas formas distintas:


Endometriose profunda:


É uma forma avançada da doença. Acomete ligamentos ou outros órgãos. Não é infrequente o acometimento intestinal. É de difícil tratamento. A resposta ao tratamento medicamentoso não é tão boa quanto a das formas superficiais. A cirurgia, geralmente, é de grande porte, na qual ressecção de parte do intestino ou da bexiga pode ser necessária.


Ovariana: 
É o chamado endometrioma de ovário. As células endometriais quando voltam através das tubas conseguem se alojar dentro de um pequeno cisto no ovário. A partir daí elas começam a se dividir e “atapetam” todo o cisto. Ao final de cada ciclo menstrual estas células menstruam para dentro deste cisto e com o passar do tempo vão preenchendo-o de sangue. Devido a isto o endometrioma de ovário cresce vagarosamente e pode atingir tamanhos surpreendentes. O problema desta forma de endometriose é que, com o crescimento parte do ovário sadio vai sendo destruída, o que pode comprometer a fertilidade futura! O tratamento é, na maioria das vezes, cirúrgico e o cisto deve ser removido ou cauterizado. Em casos onde o tamanho é muito grande, todo ovário já foi comprometido e ai impõe-se a remoção do ovário (ooforectomia).


Septo reto-vaginal: 
É extremamente rara, acomete o tecido que fica entre o reto e a vagina. Sua origem ainda é controversa, entretanto, acredita-se que pode derivar da transformação de algum resquício da formação dos órgãos genitais em células endometriais. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.


Peritoneal: 
É de longe a forma mais comum da doença! Acomete o peritônio, a membrana que recobre toda a pelve e os órgãos pélvicos e abdominais. Pode ser superficial ou profunda, chamamos de profunda quando invade a superfície peritoneal por mais de 5mm. A profunda, também conhecida como infiltrativa é encontrada, com freqüência, na parte final do intestino grosso (reto e sigmóide) e parede da bexiga. Cerca de 20-30% das mulheres com endometriose vão apresentar a forma profunda. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.


Endometriose de parede: 
Esta forma da doença aparece após uma cirurgia uterina, seja uma cesárea, histerectomia ou miomectomia. Durante a cirurgia, células do endométrio acabam ficando na cicatriz cirúrgica e ali proliferam e formam um nódulo de endometriose. O quadro clínico consiste em um nódulo abaixo de uma cicatriz cirúrgica que dói e aumenta durante o fluxo menstrual! O tratamento é sempre cirúrgico e consiste na remoção do nódulo. De forma contrária ao que fazemos nos outros tipos de endometriose esta não precisa de complementação medicamentosa após a cirurgia e tampouco da prevenção da recidiva. 


Endometriose pulmonar ou pleural: 
É extremamente rara. Ainda não sabemos com as células endometriais vão parar tão longe! Talvez elas entrem em um vaso sanguíneo ou linfático e cheguem aos pulmões. A mulher com endometriose pulmonar pode se queixar de tosse com sangue durante o fluxo menstrual.






SINTOMAS

Cólica menstrual (Dismenorréia)
O principal sintoma é sem dúvida a cólica menstrual. Sempre que a mulher tiver cólicas de difícil tratamento com as medicações convencionais deve-se suspeitar de endometriose. Uma das principais causas da demora no diagnóstico da doença é a não valorização adequada da cólica menstrual. Não é infrequente vermos pacientes referindo que cólicas são normais, que “depois que casar passa” ou que a adolescente esta exagerando nos sintomas por problemas emocionais. Se a cólica já existe há algum tempo, os analgésicos e antiinflamatórios já não aliviam muito, às vezes precisa ficar de cama durante a menstruação: converse com seu ginecologista sobre endometriose.
Por que as mulheres com endometriose têm cólicas? Os implantes da doença localizados no peritônio funcionam de forma semelhante ao endométrio normalmente localizado. Ou seja, responde aos estímulos hormonais e, portanto, “menstrua” no final do ciclo menstrual. Esta menstruação no local errado leva a dor principalmente devido à secreção de uma substância denominada prostaglândina. A prostaglândina irrita os receptores para a dor presentes no peritônio, e como isso acontece concomitante ao fluxo menstrual a paciente refere cólica durante o fluxo menstrual.


Dor durante a relação sexual (Dispareunia)
Aproximadamente 30% das mulheres com endometriose vão referir dor durante o ato sexual. Geralmente a queixa inicial é apenas um incomodo e, com o passar do tempo começa a ser de dor. Esta dor é progressiva e, em estágios avançados torna impossível a relação sexual, levando a inúmeros problemas conjugais.
Por que mulheres com endometriose têm dor á relação sexual?
O local mais freqüente onde encontramos a endometriose é no ligamento útero-sacro. Este ligamento fica atrás do útero, em íntimo contato com a vagina. O implante, com a secreção de inúmeras substâncias, principalmente as prostaglândinas levam à um processo inflamatório. Todo vez que mexemos em um local onde há inflamação temos dor. É por isso que mulheres com endometriose podem ter dor à relação sexual.


Infertilidade
Cerca de 40% das mulheres com infertilidade tem endometriose. E muitas com endometriose vão ter alguma dificuldade na hora de engravidar.
Por que mulheres com endometriose têm dificuldade para engravidar?
Existem diversos estágios da doença, que podemos sintetizar em: endometriose leve ou endometriose avançada. Quando a mulher tem endometriose avançada a explicação do porquê da infertilidade é fácil. Neste estágio há inúmeras aderências na pelve. O útero gruda no intestino, as tubas grudam nos ovários e assim por diante. Esta alteração na anatomia da pelve dificulta muito que o óvulo encontre o espermatozóide e, portanto a mulher não consegue engravidar.
Já quando a endometriose é leve a explicação não é tão fácil. Provavelmente o ambiente peritoneal bastante inflamado altera a motilidade tubária, a postura ovular, pode também, alterar os espermatozóides e o óvulo. De qualquer forma sabemos que há uma relação importante entre infertilidade e endometriose, porém se tratada no início a doença não vai prejudicar uma futura gestação natural.


Cisto de ovário (Endometrioma)
Algumas mulheres descobrem que tem endometriose só quando aparece um cisto de ovário em uma ultra-sonografia de rotina. Este cisto, denominado de endometrioma se forma devido ao implante de endometriose dentro do ovário. Este implante começa a se dividir e “menstruar” ao final de cada ciclo, formando um cisto. O endometrioma pode, com o passar do tempo, crescer e danificar o restante do ovário sadio, por isso sempre que houver suspeita de crescimento ele deve ser removido cirurgicamente, visando preservar a maior quantidade possível de ovário sadio, não prejudicando assim, uma futura gestação.


Outros sintomas


Alterações menstruais: ao contrário do que muita gente pensa a endometriose não causa alterações no ciclo menstrual. A mulher pode ter a doença e menstruar normalmente, com exceção é claro a presença de cólicas!
Sintomas intestinais: a mulher com endometriose pode apresentar aumento do hábito intestinal durante a menstruação. Isto se deve a secreção de prostaglândinas pelos implantes. A prostaglândina estimula a contração do intestino, fazendo com que a mulher vá ao banheiro um número maior de vezes durante o fluxo menstrual. Já, quando a doença é avançada, e o intestino grosso é acometido os sintomas se tornam mais exuberantes. Sangramento ao evacuar, sensação de querer ir ao banheiro toda hora e dificuldade para evacuar são sinais de que a doença já avançou.
Sintomas urinários: a endometriose pode se implantar na parede da bexiga e, devido à inflamação irritar a bexiga. Esta irritação faz com que a mulher tenha dor ao urinar, vá ao banheiro diversas vezes ao dia e tenha dificuldade de segurar a urina quando a bexiga esta cheia. Apesar de pouco freqüente fique atenta as alterações urinária.




DIAGNÓSTICO

Em qualquer livro ou texto que fale sobre endometriose você vai ler que o diagnóstico é anato-patológico, ou seja, há necessidade de uma cirurgia, biópsia e estudo do tecido retirado por um patologista. Hoje em dia, só com a história e o exame ginecológico já podemos saber, com alto índice de acerto, se a mulher tem ou não endometriose.


Mulheres jovens, com queixa de cólicas menstruais progressivas, em alguns casos dor à relação sexual, provavelmente têm endometriose. E, portanto, já estamos aptos a iniciarmos o tratamento!


Cólicas que não melhoram com as medicações antiespasmódicas, antiinflamatórias ou com pílula anticoncepcional, não são normais!!!!!!


Existe algum exame, de sangue ou de imagem, que pode ajudar no diagnóstico?


Você provavelmente já ouviu, ou vai ouvir falar de um exame de sangue chamado CA-125! Ele foi usado durante muito tempo no auxílio do diagnóstico de endometriose, entretanto, sua sensibilidade é baixa. Isso quer dizer que poucas mulheres com endometriose têm aumento do CA-125! Na maioria das mulheres com endometriose (60%) o exame pode estar normal! Talvez ele mais atrapalhe do que ajude! Se o médico esta frente a uma mulher na qual a suspeita é de endometriose e o CA-125 estiver normal ele talvez fique receoso ou não confie no seu raciocínio clínico e ai não vai intervir! Isso faz com que a paciente vá embora sem diagnóstico! Talvez este exame seja um dos culpados pela demora no diagnóstico e tratamento da doença.


Exames de imagem, ultra-sonografia, tomografia ou ressonância magnética não servem para o diagnóstico da doença. Eles são úteis em alguns casos para programarmos melhor o tratamento.




TRATAMENTO
Quando falamos no tratamento da endometriose algumas coisas precisam ser estabelecidas. 


Em primeiro lugar e o mais importante é saber se vamos tratar uma paciente que quer engravidar (infertilidade) ou uma mulher que quer se livrar da dor. Outra coisa que deve ser estabelecida é o local e a forma da doença. Se a doença está no ovário, septo reto-vaginal, intestino, bexiga e se estiver no peritônio se é superficial ou profunda. 


Conheça os tratamentos para a Endometriose em:


Tratamento para Infertilidade
Tratamento para Dor Pélvica
Tratamento Cirúrgico




PÓS-TRATAMENTO

Ok! Sua endometriose foi tratada! Já não existem mais implantes da doença na pelve ou em qualquer outro local. Isso não quer dizer que você pode ir embora e visitar seu ginecologista apenas uma vez por ano: se não fizermos nada após a cirurgia a doença pode voltar em menos de um ano! Como vimos na parte que fala sobre as causas da endometriose a menstruação é necessária para o aparecimento da doença. Então, se você voltar a menstruar existe grande possibilidade da endometriose voltar. Toda mulher que tem o diagnóstico de endometriose deve parar de menstruar, chamamos isso de prevenção da recidiva. Conseguimos fazer a mulher parar de menstruar usando alguma medicação hormonal de forma contínua. Podemos utilizar os anticoncepcionais orais, injetáveis, transdérmico, implantes, ou o DIU que tem progesterona.


Lembrar que a menstruação deve ser bloqueada até que haja o desejo de gestação.


O principal problema deste esquema de prevenção é o sangramento irregular. Podemos contorná-lo mudando o tipo de anticoncepcional, adicionando pequenas doses de estrogênio ou fazendo uma pausa periódica na medicação.




LAPAROSCOPIA

Videolaparoscopia ou laparoscopia é uma cirurgia minimamente invasiva usada para dois objetivos: diagnóstico e tratamento. É a melhor forma de tratar a endometriose e diversas outras doenças ginecológicas, como cistos de ovário, miomas dentre outras. Nessa cirurgia, após anestesia geral são realizadas pequenos cortes, geralmente um na região do umbigo de 1 cm e dois ou três outros logo acima da linha dos pelos pubianos, onde se insere uma ótica e outros instrumentos cirúrgicos. Com a ótica podemos visualizar toda a pelve e abdômen, permitindo o diagnóstico de qualquer alteração. Através da inserção de instrumentos pelas outras incisões podemos operar e tratar a maioria das doenças ginecológicas.


Existem diversas vantagens quando comparamos a laparoscopia com a cirurgia tradicional. O tempo de hospitalização é de aproximadamente 24 horas, muito menor do que nas cirurgias tradicionais, e o retorno da paciente para as suas atividades rotineiras também é muito mais precoce. Apesar dos inúmeros benefícios quando comparamos a laparoscopia com a cirurgia tradicional a presença de dor leve a moderada é muito comum, portanto, deve-se tomar alguns cuidados principalmente na primeira semana após a cirurgia. A Fisioterapia pode ajudar neste período de recuperação.




Em caso de Dúvidas procure seu(a) Ginecologista de confiança.


Um comentário:

  1. Super Interessante!
    Poderia postar mais assuntos do gênero, tanto para mulheres quanto para homens!

    Muitas doenças podem ser tratadas basta procurar um especialista... Pesquise, estude, pergunte, questione, vá atrás é assim que se encontra muitas curas e salva-se muitas vidas!

    Vera Schubert

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